terça-feira, janeiro 09, 2007

O nosso Passado!


É um facto que não podemos deixar passar em branco, que é a história escondida de Cavernães. Actualmente apenas expressa numa igreja dedicada a Santo Isidoro, a Igreja paroquial de Cavernães, tal como hoje a conhecemos, resulta de uma campanha de renovação, ocorrida no decorrer do século XVIII e que, muito possivelmente, foi responsável pela ampliação do templo primitivo, quinhentista, do qual se conservam alguns elementos. Entre estes, ganham especial importância as duas pinturas integradas no retábulo setecentista, representando São Vicente e Santo António, executadas cerca de 1550 pelo pintor vienense António Vaz, discípulo de Vasco Fernandes. De especial destaque, é o interior do templo que contrasta vivamente com a depuração da arquitectura exterior. A nave é coberta por um tecto de caixotões, com molduras pintadas a imitar marmoreados, e representações de santos prolongando-se pelo coro alto, embora as duas últimas fiadas sejam de fabrico recente, correspondendo a uma ampliação do espaço. Para acentuar ainda mais a importância artística deste edifício deve ter-se em consideração, um tríptico setecentista alusivo ao Calvário, com a representação de Nossa Senhora, de Jesus Crucificado e de São João. Na capela-mor, o tecto seccionado por 28 caixotões, segue um modelo semelhante ao da nave, com representações de santos, mas apresentando um esquema iconográfico onde surge, no centro da composição, Santo Isidoro, orago do templo, figurando, nos extremos, os quatro Evangelistas. Se em termos arquitectónicos a igreja se pauta por uma grande depuração, pouco havendo a assinalar, a sua importância é manifesta ao nível do património integrado ou imóvel por destino que se encontra no seu interior, onde se destacam as pinturas quinhentistas. E para além desta bela igreja surgem umas quantas capelas que são a expressão da devoção e religiosidade que predomina pela nossa cidade.
Mas o que realmente interessa e pode parecer surpreendente, e após uma longa investigação dos nossos enviados especiais, é o recuar no tempo e não são dois ou três séculos são cerca de 1800 anos. A presença romana na nossa cidade foi uma realidade bem vincada e para isso foi-nos legado uma Ara consagrada a uma divindade Lusitana por um indivíduo possivelmente indígena, mas já romanizado; o que prova a persistência dos cultos locais através da romanização da Lusitânia. Entenda-se por uma Ara um pequeno altar dedicado por um indivíduo como diz a inscrição: “Lallius Severus dedicou de boa vontade esta pedra a Lurunio” a uma determinada divindade. No entanto perde-se no tempo a memória de tal divindade; que teve os seus adoradores e o seu pequeno templo, à beira ou próximo da via romana que desta cidade partia para Trancoso, passando por Cavernães. Daí hoje se possa perceber o porque da religiosidade presente na nossa cidade. A partir daqui, Cavernães foi acompanhando o evoluir do tempo e chegada a Idade Média há ainda registos do ano de 1298 de terrenos no termo de Cavernães (exactamente como se escreve hoje) que pertenciam ao bispo da Guarda. Resta-nos, a dúvida da toponímia da nossa bela cidade deixando em aberto para futuras investigações…

7 comentários:

Grabiel disse...

Certamente um dia quando começarem as escavações para fazer um centro comercial onde esta a igreja (daqui a muitos anos quando nos já nem cá andarmos) iram descobrir dados certamentamente importantes para se aprofundar ainda mais a história de Cavernães quem sabe um tesouro escondido por um desses senhores ricos que viveram a muito tempo.

CFA disse...

atençao porque ainda há muito mais para descobrir e revelar. Colega felizmente esse teu pensamento será quase impossivel de se realizar. e as descobertas de peças romanas situavam-se nas vendas junto ao carias e ao pé da fonte que se encontra do do outro lado da estrada.

Topo disse...

Este homem sabe tudo!!!

Décio Sousa disse...

ate o k ninguem sabe

Pitinha disse...

Depois deste post so posso afirmar uma coisa:
Com uma historia tao grandiosa so peço Cavernães a Patrimonio Mundial.

CFA disse...

evil, por acaso nao estás a por em causa as duras investigações que os nossos agentes realizaram?

Décio Sousa disse...

Deves estar maluco, nao ponho em causa nada e ate axo um bom trabalho, contudo um pouco maçador para um kalker visitante do blog. De resto esta muito bem. Continuem.